Na rua dos Choupos, no Porto, a Escola Básica dos Correios deve o seu nome à particularidade do espaço que ocupa ter estado rodeado por habitações originalmente concebidas para funcionários dos CTT, no bairro Pereiró, nos anos 40.
O lote inscreve o volume oblongo da escola original e uma vasta área de recreio, conjunto que o projeto procurou interpretar e repensar, em particular na articulação do novo programa com as áreas disponíveis, e na relação entre o edifício existente e o volume novo, que absorve as novas valências de polivalente e biblioteca.
Paralelamente à reabilitação criteriosa das salas, áreas comuns e dos espaços de circulação, o volume novo autonomiza-se, confronta e contamina a leitura do edifício pré-existente, estendendo a pele em chapa ondulada perfurada à nova galeria de distribuição da escola. O projeto previu a criação de recreios cobertos, e uma circulação interior que une os dois núcleos originais de caixa de escadas e salas de aulas, até agora com ligação unicamente pelo exterior. O espaço entre os dois define a nova entrada no lote da escola, emoldurando as copas das árvores que pontuam o recreio, atuando simultaneamente como o seu prolongamento e pano de fundo.
No volume novo, a exigência de um tempo de construção curto, para permitir a reabertura da escola no novo ano escolar, animou a escolha de um sistema construtivo de lógica industrial que foi assemblado no local, o que permitiu um ganho de tempo muito significativo no prazo de construção, sendo igualmente desmontável e reversível. Este espírito bauhausiano foi vertido na conceção espacial adotada e traduz-se no espaço interior, amplamente iluminado pelos vãos e translucidez dos panos exteriores, com o novo polivalente aberto ao recreio e a biblioteca no primeiro piso a emoldurar as copas das árvores, a poente.